A Decca lançou em 2006 este DVD com uma récita da ópera La Fille du Regiment de Gaetano Donizetti, ocorrida nesse mesmo ano no Teatro Carlo Felice de Génova.
La Fille du Regiment é uma ópera cómica em dois actos, cuja primeira apresentação pública ocorreu em Paris em 1840, altura em que o compositor italiano vivia nesta cidade. O libretto francês (há também uma versão italiana, mas que é menos apresentada) é de Georges Henry Vernoy de Saint-Georges e Jean-Francois Bayard.
A acção decorre na Áustria no período das invasões Napoleónicas, onde o exército francês combate as tropas inimigas. Criada pelo 21º regimento das tropas francesas, Marie vive feliz, apesar das vicissitudes da guerra. Um dia encontra Tonio, um jovem tirolês por quem se apaixona.
Considerando-se filha de todo o regimento, uma vez que nunca conheceu os país, Marie e Tonio conseguem o consentimento de todos o soldados para namorarem e virem mesmo a casar. Para tal Tonio tem mesmo que se alistar nas tropas francesas.
No entanto, algo corre mal neste romance. A Marquesa de Berkenfield apresenta-se ao regimento como tia de Marie e insiste em leva-lá para o seu castelo onde poderá dar-lhe uma educação adequada ao seu estatuto social. Marie teima em não acompanhar a suposta tia, mas acaba por ceder por falta de argumentos.
Já no Castelo de Berkenfield, Marie vive infeliz e sente-se só. As aulas de canto e boas-maneiras são um aborrecimento. Para complicar ainda mais a situação, a tia arranja um noivo para Marie, o Duque de Krakenthorp.
Na festa de noivado, Tonio consegue falar com a Marquesa e implora-lhe que o deixe casar com Marie. A Marquesa revela-se inflexível. No entanto, o Sargento Sulpice (que comanda o 21º regimento) vem desde há algum tempo a encantar o coração da Duquesa. Num ataque de fraqueza, esta conta-lhe que não é tia mas sim mãe de Marie e que pretende ver a sua filha feliz.
No final, a festa de noivado é interrompida e Marie pode concretizar o seu amor por Tonio.
De argumento muito simples, La Fille du Regiment não deixa de ser uma ópera com todos os condimentos para que os cantores possam demonstrar todas as suas capacidades vocais e de interpretação.
Momentos altos na ópera, são a ária para tenor "Ah mes amis que jour de fête", onde o interprete tem que executar nove "dós de peito", e a lição de canto, onde a soprano, além de ter que executar trechos de extrema dificuldade técnica, com passagens muito agudas, tem ainda que fazer o público rir, visto ser esta uma das partes mais cómicas de toda a ópera.
A récita apresentada neste DVD tem como elenco principal:
Marie - Patrizia Ciofi
Tonio - Juan Diego Flórez
La Marquise de Berkenfield - Francesca Franci
Hortensius - Dario Benini
Sulpice - Nicola Ulivieri
A Orquestra e o Coro do Teatro Carlo Felice são dirigidos pelo Maestro Riccardo Frizza e a encenação esteva a cargo de Emílio Sagi
De entre todos os intérpretes destaca-se, sem dúvida, Juan Diego Flórez no papel de Tonio. O tenor tem vindo já há alguns anos a destacar-se na interpretação desta ópera, nomeadamente na ária "Ah mes amis que jour de fête". Nesta récita, a ária é interpretada de forma soberba, com uma voz segura, um timbre apropriado e um registo agudo perfeito. Os nove "dós de peito" arrebatam os maiores aplausos do público a quem o tenor oferece um "encore". Ou seja, Juan Diego Flórez interpreta dezoito "dós de peito" em apenas alguns minutos.
A soprano Patrizia Ciofi tem uma boa prestação na récita. Com uma técnica bastante aceitável e um registo agudo agradável e sem esforço. Talvez lhe falte um pouco de imaginação e graça na cena da lição de canto.
A encenação de Emilio Sagi, deixa um pouco a desejar, pela sua sua sobriedade e falta de cor, que reduzem um pouco o carácter cómico da ópera.
Como curiosidade, Juan Digo Flórez ao interpretar Tonio no Teatro La Scala de Milão, quebrou uma tradição de 74 anos sem "encores". O tenor repetiu a ária "Ah mes amis que jour de fête".
Alberto Velez Grilo
Foto: Decca
La Fille du Regiment é uma ópera cómica em dois actos, cuja primeira apresentação pública ocorreu em Paris em 1840, altura em que o compositor italiano vivia nesta cidade. O libretto francês (há também uma versão italiana, mas que é menos apresentada) é de Georges Henry Vernoy de Saint-Georges e Jean-Francois Bayard.
A acção decorre na Áustria no período das invasões Napoleónicas, onde o exército francês combate as tropas inimigas. Criada pelo 21º regimento das tropas francesas, Marie vive feliz, apesar das vicissitudes da guerra. Um dia encontra Tonio, um jovem tirolês por quem se apaixona.
Considerando-se filha de todo o regimento, uma vez que nunca conheceu os país, Marie e Tonio conseguem o consentimento de todos o soldados para namorarem e virem mesmo a casar. Para tal Tonio tem mesmo que se alistar nas tropas francesas.
No entanto, algo corre mal neste romance. A Marquesa de Berkenfield apresenta-se ao regimento como tia de Marie e insiste em leva-lá para o seu castelo onde poderá dar-lhe uma educação adequada ao seu estatuto social. Marie teima em não acompanhar a suposta tia, mas acaba por ceder por falta de argumentos.
Já no Castelo de Berkenfield, Marie vive infeliz e sente-se só. As aulas de canto e boas-maneiras são um aborrecimento. Para complicar ainda mais a situação, a tia arranja um noivo para Marie, o Duque de Krakenthorp.
Na festa de noivado, Tonio consegue falar com a Marquesa e implora-lhe que o deixe casar com Marie. A Marquesa revela-se inflexível. No entanto, o Sargento Sulpice (que comanda o 21º regimento) vem desde há algum tempo a encantar o coração da Duquesa. Num ataque de fraqueza, esta conta-lhe que não é tia mas sim mãe de Marie e que pretende ver a sua filha feliz.
No final, a festa de noivado é interrompida e Marie pode concretizar o seu amor por Tonio.
De argumento muito simples, La Fille du Regiment não deixa de ser uma ópera com todos os condimentos para que os cantores possam demonstrar todas as suas capacidades vocais e de interpretação.
Momentos altos na ópera, são a ária para tenor "Ah mes amis que jour de fête", onde o interprete tem que executar nove "dós de peito", e a lição de canto, onde a soprano, além de ter que executar trechos de extrema dificuldade técnica, com passagens muito agudas, tem ainda que fazer o público rir, visto ser esta uma das partes mais cómicas de toda a ópera.
A récita apresentada neste DVD tem como elenco principal:
Marie - Patrizia Ciofi
Tonio - Juan Diego Flórez
La Marquise de Berkenfield - Francesca Franci
Hortensius - Dario Benini
Sulpice - Nicola Ulivieri
A Orquestra e o Coro do Teatro Carlo Felice são dirigidos pelo Maestro Riccardo Frizza e a encenação esteva a cargo de Emílio Sagi
De entre todos os intérpretes destaca-se, sem dúvida, Juan Diego Flórez no papel de Tonio. O tenor tem vindo já há alguns anos a destacar-se na interpretação desta ópera, nomeadamente na ária "Ah mes amis que jour de fête". Nesta récita, a ária é interpretada de forma soberba, com uma voz segura, um timbre apropriado e um registo agudo perfeito. Os nove "dós de peito" arrebatam os maiores aplausos do público a quem o tenor oferece um "encore". Ou seja, Juan Diego Flórez interpreta dezoito "dós de peito" em apenas alguns minutos.
A soprano Patrizia Ciofi tem uma boa prestação na récita. Com uma técnica bastante aceitável e um registo agudo agradável e sem esforço. Talvez lhe falte um pouco de imaginação e graça na cena da lição de canto.
A encenação de Emilio Sagi, deixa um pouco a desejar, pela sua sua sobriedade e falta de cor, que reduzem um pouco o carácter cómico da ópera.
Como curiosidade, Juan Digo Flórez ao interpretar Tonio no Teatro La Scala de Milão, quebrou uma tradição de 74 anos sem "encores". O tenor repetiu a ária "Ah mes amis que jour de fête".
Alberto Velez Grilo
Foto: Decca
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