terça-feira, 27 de maio de 2008

Vincenzo Bellini

Vincenzo Salvatore Carmelo Francesco Bellini, nasceu em Catânia na Sicília (Itália) a 3 de Novembro de 1801. Conjuntamente com Donizetti e Rossini, foi um compositor que marcou o período designado na ópera por Bel canto.

Bellini foi, desde muito jovem considerado uma criança prodígio. Sem confirmação histórica, conta-se que com dezoito meses interpretava uma ária de Valentino Fioravanti, que iniciou os seus estudos musicais apenas com dois anos e estudos de piano aos três anos. Conta-se ainda, que compôs pela primeira vez ao seis anos.

Embora a veracidade destes factos possa ser posta em causa, a verdade é que Bellini desde muito cedo iniciou os seus estudos musicais e que tal facto permitiu que viesse a compor um pequeno conjunto de óperas de grande qualidade e que são, ainda hoje, uma referência.

Premiado com uma bolsa de estudo do Governo de Catânia, Bellini parte aos dezoito anos para Nápoles, onde inicia estudos no Conservatório. Durante esta altura os trabalhos de Mozart e de Haydn foram uma referência para o jovem compositor.

Como era prática comum no Conservatório de Nápoles, os jovens mais promissores apresentavam os seus trabalhos ao público. Foi neste contexto que Bellini estreou a sua primeira ópera Adelson e Salvini no teatro do Conservatório em 1825. Devido ao sucesso deste primeiro trabalho, o compositor foi convidado a escrever uma nova ópera para ser apresentada no Teatro San Carlo de Nápoles. Em 1826 estreia Bianca e Gerando no San Carlo, mais uma vez com enorme sucesso (mais tarde a ópera é revista e estreia em Génova em 1828 como Bianca e Fernando).

A qualidade e aceitação pelo público das duas primeiras óperas de Bellini, originaram um convite
do empresário do Teatro alla Scala de Milão, Barbaia, para um novo trabalho.

Il Pirata (1828), a terceira ópera do compositor, marca o seu sucesso em Milão e o inicio da colaboração com Felice Romani (libretista e poeta), com quem virá a colaborar em todas as óperas seguintes. Para além de Felice Romani, Il Pirata contou na estreia com a participação do tenor Giovanni Battista Rubini que interpretou a personagem de Gualtiero. A voz de Rubini viria a servir mais tarde de inspiração para vários papeis para tenor nas óperas de Bellini.

Entre 1827 e 1833, Bellini permanece em Milão onde estreia a ópera La Straniera (1828), cujo sucesso foi ainda maior que o de Il Pirata. Durante este período compõe e estreia as óperas Zaira (Parma 1829) e I Capuletti e i Montecchi (Veneza 1830) baseada na peça Romeu e Julieta de William Shakespeare. Zaira não teve muito sucesso, mas I Capuletti e i Montecchi foi muito bem aceite em Veneza.

As três óperas mais famosas de Bellini são La Sonnambula (Milão 1831), Norma (Milão 1831) e I Puritani (Paris 1835).

A ópera Beatrice di Tenda, estreada em Veneza no ano de 1833 não teve tanto sucesso. E mesmo nos dias de hoje não é muito apresentada nos teatros líricos.

Depois da estreia da sua décima ópera, I Puritani, o compositor morre prematuramente em Paris a 23 de Setembro de 1835, com apenas 33 anos de idade.

A linha melódica de uma beleza inigualável aliada a passagens rápidas de coloratura, de que a ária Casta Diva da ópera Norma é um exemplo, são uma marca que Bellini deixou e que o destingue de outros compositores seus contemporâneos como Donizetti e Rossini.


Alberto Velez Grilo

Foto: archive.operainfo.org

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