terça-feira, 27 de maio de 2008

Norma - Vincenzo Bellini

Antecedentes e Sinopse

A ópera Norma de Vincenzo Bellini teve a sua estreia no Teatro alla Scala de Milão em Dezembro de 1831 constituindo, essa primeira apresentação, uma decepção para Bellini que esperava que ela fosse recebida com um entusiasmo igual ao das óperas que apresentara anteriormente naquele mesmo teatro. No entanto, nos espectáculos que se seguiram o interesse do público foi crescente acabando por transformar num triunfo aquilo que parecera um fracasso sem futuro.

Um ano antes, na Primavera de 1830, ao ser convidado pelo empresário do Scala para escrever duas óperas para serem apresentadas no Outono desse ano e no Carnaval do ano seguinte, Bellini escolheu uma tragédia dum dramaturgo francês, Alexandre Soumet, que estava a obter um enorme sucesso em Paris no Teatro Odeon. O libretista foi Felice Romani, e o papel principal destinava-se à grande Giuditta Pasta (soprano), considerada a maior cantora do seu tempo. O papel de Norma é, de facto, um dos mais difíceis de toda a história da ópera, e não apenas da ópera italiana.

A acção de Norma passa-se na Gáulia durante a ocupação romana, cerca de 50 anos antes de Cristo.

No primeiro acto, os Druidas esperam a chegada de Norma, a Sacerdotisa, que lhes irá dar o sinal para se revoltarem contra os ocupantes. Norma mantém uma ligação secreta com Pollione, um romano, do qual tem dois filhos. Norma não sabe, mas Polione ama agora outra mulher, Adalgisa, uma jovem sacerdotisa. Os Druidas transmitem a Norma a decisão que tomaram: quando ela der o sinal, eles matarão os ocupantes, começando por Pollione. Norma diz aceitar essa decisão mas, quando fica só, declara o seu amor pelo romano.

O segundo quadro passa-se junto da casa de Norma que esconde os filhos ao ouvir alguém aproximar-se. É Adalgisa que lhe vem pedir para a libertar dos seus votos, confessando estar possuída por um amor proibido. Norma cede ao pedido de Adalgisa, e pergunta que amor é esse que a leva a tomar uma tal decisão. Adalgisa diz que é um romano que pretende levá-la consigo para Roma, e aponta Pollione que acaba de chegar para visitar os filhos. Ao compreender o que se passa, Norma revela o seu terrível segredo dizendo que também ela fora seduzida por aquele homem, e expulsa Pollione dizendo-lhe para partir sozinho para Roma.

O 2º acto inicia-se quando a Sacerdotisa, num acesso de raiva, tenta, em vão, arranjar coragem para matar os próprios filhos. Acaba por pedir auxílio a Adalgisa dizendo-lhe para partir para Roma com Pollione levando com ela as crianças nascidas da sua ligação com o oficial romano. Adalgisa aceita. Entretanto os Druidas reúnem-se e decidem pôr os seus planos em execução sem demoras antes que Pollione parta, já que dizem que o Consul que o vem substituir é ainda mais cruel. Do campo romano chegam notícias que dizem que Polione está prestes a partir pretendendo levar consigo Adalgisa contra sua vontade, mas recusando-se a levar os filhos de Norma.
A Sacerdotisa revolta-se e diz aos Druidas ter chegado a hora de agir. Pollione é preso, mas, quando o Chefe dos Druidas se prepara para o matar, Norma intervém dizendo que ela mesma o fará. Quando fica a sós com Pollione, Norma pretende libertá-lo, desde que ele prometa partir sem Adalgisa. Pollione recusa. Então Norma regressa ao Templo e confessa a sua traição e a sua culpa, dizendo dever ser sacrificada. A ópera termina com a morte de Norma e de Pollione que decide acompanhá-la no sacrifício.



Lançado pela editora Decca em 2002, esta gravação de estúdio de Norma constitui uma referência. No papel de Norma, Joan Sutherland, uma das maiores interpretes de sempre desta ópera. Para além de Sutherland, Maria Callas, Montserrat Caballé e, porventura, de Edita Gruberová constituem referências nesta ópera.

Nesta versão de estúdio, gravada em 1964, contamos como uma Sutherland no topo da sua forma. De notar que Norma é uma das óperas mais difíceis para soprano.

Acompanha Sutherland o Mezzo-soprano Marilyn Horne. As interpretações de Norma por parte desta "dupla" de cantoras ficaram na história.

Fazem parte do Elenco:

Norma - Joan Sutherland
Pollione - John Alexander
Adalgisa - Marilyn Horne
Oroveso - Richard Cross
Clotilde - Yvonne Minton
Flavio - Joseph Ward

O coro e orquestra Sinfónica de Londres dirigidos pelo Maestro Richard Bonynge.

Lançado pela Arthaus Musik, este DVD da Norma de Bellini foi captado na ópera de Sidney em Agosto de 1978.

Constituem o elenco:

Norma - Joan Sutherland
Pollinone - Ronald Stevens
Oroveso - Clifford Grant
Flavio - Trevor Brown
Adalgisa - Margreta Elkins
Clotilde - Etela Piha

The Australian Opera Chorus e a Elizabethan Sidney Orchestra são dirigidos pelo Maestro Richard Bonynge.


Alberto Velez Grilo

Fotos: www.amazon.co.uk
Antecedente e Sinopse: Antena 2

1 comentário:

Anónimo disse...

Quero desde já saudar os apresentadores do programa lado a lado e da rubrica. Cada vez mais gosto de ver a rtp Madeira à Terça - feira das 19horas às 20 horas. Pois é com uma enorme alegria que escrevo que gostei imenso da pessoa de quem foi falado no programa. Bellini realmente foi um bom compositor é pena que tenho morrido aos 33 anos de idade e composto poucas operas, mas mesmo assim aquelas que compôs foram muito boas. Gostei imenso da apresentação do cd e do dvd, foi uma boa escolha e principalmente a pessoa que interpreta nesse cd como dvd Joan Sutherland, uma mulher que é uma Estrela radiante, que canta muito bem. Os meus parabéns ao Alberto Grilo apresentador da rubrica que teve muito bom gosto na escolha do cd e dvd. Espero que o programa continue sempre como tem sido.
Com os meus sinceros cumprimentos à Sofia Relva e ao Alberto grilo.